sexta-feira, 23 de abril de 2010

_ perversione_


                                  Gregor estava no necrotério ver Andrei. Dentro do local Gregor ouviu um barulho na porta e se escondeu.
                                 Entrou pela porta um homem forte, deveria ter uns trinta e cinco anos. Era branco, mas não tanto quanto Andrei. Tinha os olhos azuis bem fundos. Estava com a barba por fazer. Ele ficou em frente ao cadáver. O cadáver estava nú. O cadáver estava frio. O cadáver estava úmido. Ele se deitou sobro o corpo do cadáver. Ele tocou todo o cadáver. Ele beijou todo corpo do cadáver. E quanto mais ele tocava mais o cadáver exalava o cheiro de pecado. O homem também nú delirava sobre o corpo do cadáver, o cadáver era frio. O cadáver era úmido. O cadáver era nú. O homem estava louco sobre aquele cadáver. Ele tirava prazer naquele corpo nú. Ele bebia o sexo naquele cadáver. Ele respirava ofegante sobre aquele cadáver. Ele gemia. Ele sussurrava algo no pé do ouvido do cadáver. Ele beijou todo aquele corpo frio. Ele cheirou todo àquele corpo úmido cheio de pecado. Ele tocou aquele corpo nú. Ele segurou o corpo do cadáver e o beijou, o cheiro do sexo inundava a sala. Ele rasgava a pele do cadáver com as unhas. Ele era puro sexo e desejo. Ele abraçou o corpo e sorveu sua saliva. Não era mais um cadáver, seu sangue estava quente e seu cheiro de sexo ficava cada vez mais intenso, ele estava vivo novamente, estava vivo nos braços do homem. Andrei beijou o homem Andrei sorveu a alma do homem para poder viver novamente. Andrei viveu, o homem morreu.
                              Gregor foi até Andrei. Ele o beijou, um beijo doce e malicioso. Um beijo cheio de pecado e amor. E os seus olores se beijaram novamente. Eles saíram do local. Andrei ainda estava nú. Saíram ser ver ninguém nas ruas, nem animais ou pessoas, nada sequer fazia barulho. Era como se o tempo parasse para os dois amantes passarem. Andaram algumas horas até chegar ao orfanato. Não havia ninguém lá. Eles entraram e tomaram banhos juntos. Os dois se vestiram e fora para beira do lago. Os dois admiraram por algum tempo o horizonte. Um abraçou o outro. E olhavam um no olho do outro. Havia ainda mais amor, mais desejo e pecado. Era como nascer novamente um para o outro. Amaram-se mais uma vez naquele lugar.
                            O perfume de Gregor matou todos no necrotério. Matou todos no caminho de volta para o orfanato.
                               O perfume de Gregor não mais podia matar Andrei. Um perfume amava o outro, assim os dois se amavam. O perfume de Andrei aprendeu a deixar viver as pessoas que ele amava. E o perfume de Andrei aumentava ainda mais o desejo dos dois.
                                Eles apenas queriam amar. Simplesmente amar. Porem amar dessa forma, nessa realidade é algo considerado demoníaco. Mas para os jovens amantes essa é a única coisa que importa: amar. Amar sem explicações, amar sem mentiras, amar incondicionalmente, apenas amar, simplesmente assim. AMAR.

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