sexta-feira, 23 de abril de 2010

“o cheiro do sexo”

Capitulo primeiro
- o nascimento-
                  
                         No dia vinte e dois de março de mil oitocentos e dez, nasceu uma criança que o mundo jamais deveria ver.
Uma criança incomum, uma criança amaldiçoada com o cheiro do pecado.
                         Era um ser de palidez assombrosa, branco como neve, com o rosto frio vigiado por dois grandes olhos negros.
                         Os pais dessa criança eram dois grandes nomes da sociedade, Jonas Pierre Solance, um advogado consagrado por resolver casos impossíveis para outros e Aramélia Maria Solance, medica consagrada conhecida por nunca ter falhado com seus pacientes.
                        Aramélia morreu ao dar a luz ao jovem pálido.  Jonas cuidou da criança até que ela completasse seis meses de idade, quando não mais agüentando o perfume da criança, enlouqueceu e cometeu suicídio.
                          A criança foi enviada ao orfanato La Éternel Famille, o orfanato era um grande e sombrio casaram antigo, suas paredes eram marcadas de sofrimento e seus cantos escuros eram assustadores e frios, tinha grandes portas e janelas de madeira envelhecida e um forte cheiro de poeira, aos fundos do casaram havia um lago ao pé de uma figueira, mais ao longe, depois do lago podia se avistar o horizonte marcado por um incrível roseiral.
                        O jovem pálido de olhos negros era odiado por todos, diziam que ele era filho do demônio, diziam que ele exalava o cheiro do pecado. Jamais se interessaram em adotá-lo, jamais o deram carinho. Seu nome? Andrei Pierre Solance.
                        Andrei não freqüentava as aulas. Ele vivia na biblioteca do orfanato, aprendeu a ler e escrever sozinho. Lia sobe tudo, conhecia tudo que se tinha para se saber naquela biblioteca. Mas ninguém queria ficar perto dele, ninguém conversava com ele, ninguém olhava em seus olhos nem ele queria olhar nos olhos de ninguém.
                       Andrei não parecia ter sonhos nem desejos. Continuava pálido, com seus olhos grandes e negros. Seus cabelos estavam tingidos de vermelho.
                      Ele tinha agora dezesseis anos, e ninguém nunca o viu rir. Ninguém nem ao menos tentou fazê-lo sorrir.
                        Era como uma névoa branca passava entre os jovens, todos o olhavam de longe, todos tinham receio dele, pois era um cheiro bom e carregado de pecado, mas todos viam aqueles olhos grandes negros e tristes, todos queriam saber o que havia dentro daqueles olhos. Ninguém jamais ousou se aproximar dele, ninguém ousou perguntar-lhe nada.
                         Diziam que ele falava com os animais, diziam que os cães tinham medo dele. Todos diziam muitas coisas sobre ele, mas jamais alguém lhe perguntou alguma coisa.
                         E todos queriam saber sobre seu cheiro, mas ele não queria saber sobre nada daquele lugar. Sempre se podia encontrá-lo à tarde a beira do lago, onde ao longe ele avistava um incrível roseiral e enfim o horizonte.
                  Ele olhava ao longe com aqueles olhos grandes e negros. Como se estivesse apaixonado pelo horizonte, como se o horizonte também o amasse. E ele sorria, timidamente, apenas para o horizonte. Qualquer um que o visse La diria com certeza que ele namorava com o horizonte.
                   Certa vez enquanto ele admirava o horizonte, um grupo de jovens o atacou com paus e pedras. Ele estava bem machucado, poderia morrer se não houvesse chegado a historia um novo personagem que o salvou...

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