sexta-feira, 30 de abril de 2010

vejo seus olhos parecem agua( tenros e profundos) me fez lembrar de quando perdi meus olhos(não fisicamente), uma vez me fizeram uma pergunta e não pude reponder,me perguntaram quem sou eu.  me procurando eu busco olhares e pessoas que jamais vi ou ouvi.
 estou meu cego,pois não vejo ninguem
meio surdo pois não os ouço
meio mudo pois me calo
vazio pois não sinto



buda pediu ao pai que o prometesse que :

_ para mim a morte não será o termino da vida;
a mim a enfermidade não alterará a saúde;
para mim a velhice não sucederá à juventude;a mim a adversidade não destruira a bonança.


porem jamais seu pai poderia da-lo isso.buda então partiu em suas buscas.

o que eu quero !? o mesmo que buda queria,talvez.
quero conhecer todas as almas do mundo para ganhar a eternidade...

o que vc pensa sobre isso ,em que vc acredita?
 Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” (1905) - resenha
Sex, 21/03/2008 - 07:29

Trabalho que traz grandes contribuições da teoria psicanalítica como a ampliação do conceito de sexualidade (não se restringe ao genital) e a descoberta de sua importância em todas as atividades humanas.
O interesse de Freud a respeito das questões da sexualidade se originou a partir da observação clínica da importância dos fatores sexuais na etiologia das neuroses.
De um estudo sobre os desvios em relação ao objeto e ao alvo sexual, o autor inicia um estudo minucioso.
Principia com um trabalho sobre o estudo da homossexualidade (inversão sexual), classificando-a em três tipos: invertidos absolutos (objeto sexual só pode ser do mesmo sexo), anfígenos (objeto sexual pode pertencer a ambos os sexos) e ocasionais (em função de condições externas). Afirma que a inversão pode ser aceita pela pessoa ou sentida como patológica e que pode aparecer em diferentes momentos da vida.
Freud refuta a concepção da inversão como uma degeneração e como um caráter absolutamente inato. Além disso, assevera a importância de algo do indivíduo na tendência à inversão, uma vez que as influências externas não são suficientes para explicá-la.
A partir de conhecimentos anatômicos acerca do hermafroditismo (predisposição somática originalmente bissexual em todos os indivíduos), Freud afirma que a inversão e o hermafroditismo são independentes. “A substituição do problema psicológico pelo anatômico é tão inútil quanto injustificada” (p.135).
Em uma longa nota de rodapé, encontra-se uma série de especulações a respeito da escolha sexual. Nos invertidos haveria uma fixação na mãe e identificação com esta de forma que tenham tomado a si mesmo como objeto sexual (narcisismo). Afirma também que a conduta sexual se define após a puberdade em função de aspectos constitucionais e acidentais (como a falta de um pai forte na infância) e que existiriam diferentes escolhas homo-eróticas: com relação ao objeto e com relação ao sujeito (teorias de Ferenczi).
Freud supõe uma bissexualidade universal nos seres humanos e uma independência da escolha objetal em relação ao sexo do objeto (a pulsão não traz consigo o objeto). “Assim, somos instruídos a afrouxar o vínculo que existe em nossos pensamentos entre a pulsão e o objeto. É provável que, de início, a pulsão sexual seja independente de seu objeto, e tampouco deve ela sua origem aos encantos destes” (p.140).
Freud utiliza a pedofilia para exemplificar a grande variação de objetos sexuais e afirmar que a importância está na pulsão sexual e não no valor do objeto. “Os diferentes trajetos por onde passa a libido relacionam-se mutuamente, desde o início, como vasos comunicantes” (p.143).
O autor também salienta que as perversões fazem parte da vida sexual normal e as classifica em transgressões anatômicas (regiões do corpo destinadas a união sexual que não pertencem ao aparelho sexual como lábios, boca, ânus - supervalorização do objeto sexual), fetichismo e fixações de alvos sexuais transitórios.
Freud denomina de fetichismo quando “o objeto sexual normal é substituído por outro que guarda certa relação com ele, mas que é totalmente impróprio para servir ao alvo sexual normal” (p.145). O fetichismo só é patológico quando se torna o único objeto sexual. Também afirma que o fetichismo teria origem na infância, sendo que o fetiche poderia funcionar como uma “lembrança encobridora” de algo esquecido e também estaria relacionado às teorias sexuais infantis (o pé, por exemplo, substituiria o pênis na mulher).
Descreve a pulsão escopofílica, prazer de ver, como pertencente às pessoas normais, mas que pode tornar-se patológica quando se restringe exclusivamente à genitália e nos casos de voyeurismo e exibicionismo (olhar e ser olhado – alvo sexual apresenta-se na forma passiva e ativa).
Em seguida, descreve o sadismo, ressaltando que está presente em pessoas normais, uma vez que a sexualidade exibiria uma mescla de agressão. Novamente, diz que o que constitui sintomas patológicos é a exclusividade da satisfação da pulsão sexual a este elemento agressivo,“ou seja, quando há características de exclusividade e fixação, então nos vemos autorizados, na maioria das vezes, a julgá-la como um sintoma patológico”(p.153).
Com relação ao masoquismo, questiona se este seria primário ou se surge de uma transformação do sadismo, em que o sadismo se volta para a própria pessoa que passa a ocupar o lugar de objeto sexual (numa nota de rodapé de 1924 passa a reconhecer o masoquismo primário – o feminino e o moral).
“O sadismo e o masoquismo ocupam entre as perversões um lugar especial, já que o contraste entre a atividade e passividade que jaz em sua base pertence às características universais da vida sexual”(p.150).
Freud constata que a pulsão parcial, na maioria das vezes, aparece como pares opostos da pulsão (masoquismo-sadismo, feminino-masculino, passivo-ativo, amor-ódio, exibicionismo-voyeurismo) e salienta que isto tem grande importância teórica (ambivalência). No entanto, diz que nos quadros patológicos há um predomínio de uma das tendências. “As diferenças que separam o normal do anormal só podem residir na intensidade relativa de cada componente da pulsão sexual e no uso que lhes é dado no decorrer do desenvolvimento” (p.194).
Do estudo das perversões, chega à conclusão de que as pulsões sofrem a força das resistências (entre elas destacam-se a vergonha, a moralidade, o asco e as construções sociais da autoridade) que as circunscrevem dentro dos limites normais.
A partir da clínica das psiconeuroses, afirma que a pulsão sexual é a energia predominante nestes quadros, sendo os sintomas a transformação das atividades pulsionais, expressão da atividade sexual, substitutos de processos pulsionais que são recalcados e por isso não são descarregados conscientemente (como na histeria em que a descarga acontece por meio da conversão).
Falando da histeria, novamente se refere à ambivalência:“... a enigmática contradição da histeria, registrando a presença desse par de opostos: uma necessidade sexual desmedida e uma excessiva renúncia ao sexual” (p.156).
Freud define o termo pulsão e utiliza pela primeira vez a expressão “zona erógena” (“órgão cuja excitação confere um caráter sexual” – p.159).
Pulsão é o representante psíquico de uma fonte de estímulos internos, estando entre o anímico e o físico. “O que distingue as pulsões entre si e as dota de propriedades específicas é sua relação com suas fontes somáticas e seus alvos. A fonte da pulsão é um processo excitatório num órgão, e seu alvo imediato consiste na supressão desse estímulo orgânico”(p.159).
O autor salienta que os sintomas das neuroses surgem não apenas das pulsões sexuais normais, mas também das perversas. “Portanto, os sintomas se formam, em parte, às expensas da sexualidade anormal; a neurose é, por assim dizer, o negativo da perversão” (p.157). As pulsões perversas presentes nos psiconeuróticos seriam decorrentes do fato destes pacientes preservarem o estado infantil de sua sexualidade.
A partir daí, Freud passa ao estudo da sexualidade infantil.
Inicialmente, aborda a questão da amnésia, questionando o porquê da maioria das pessoas não conseguirem recordar acontecimentos da primeira infância. Diz que esta amnésia é fruto do recalcamento e por isso a relaciona às psiconeuroses.
O autor toma o chuchar como modelo das manifestações da sexualidade na infância. A finalidade deste comportamento não está na satisfação das necessidades (nutrição), já que a criança suga várias coisas que não estão relacionadas à alimentação (objetos, órgãos de seu próprio corpo ou de outrem) e após isso tem uma reação de “relaxamento” (espécie de orgasmo).
Freud afirma que nesta manifestação sexual a pulsão é auto-erótica, pois, a princípio, é desprovida de objeto e voltada para o próprio corpo: “Está claro, além disso, que o ato da criança que chucha é determinado pela busca de um prazer já vivenciado e agora relembrado” (p.171). Assim, diz que o ato de chuchar é precedido das primeiras mamadas, em que os lábios se tornaram zonas erógenas. “A atividade sexual apóia-se primeiramente numa das funções que servem à preservação da vida, e só depois torna-se independente delas” (p.171).
A partir daí define três características principais da sexualidade infantil: origina-se a partir de uma função somática (a satisfação foi vivenciada antes para que se tenha a necessidade de repeti-la em função de um aumento da tensão), são auto-eróticas e o alvo sexual se acha sob o domínio de uma zona erógena (que são estimuladas perifericamente).
Por zona erógena entende uma parte da pele ou mucosa em que uma estimulação provoca uma sensação prazerosa de qualidade particular. Enfatiza que qualquer parte do corpo pode se tornar uma zona erógena. Entre as condições importantes para o prazer destaca o caráter rítmico.
Freud relaciona o papel das zonas erógenas na neurose, afirmando que, nessa estrutura, o recalque atua principalmente nas zonas genitais, fazendo com que a catexia se desloque para as zonas erógenas.
A zona anal também é descrita como uma zona erógena de grande importância, que conserva, em muitas pessoas, durante a vida toda uma grande parcela de excitabilidade genital. Freud enfatiza que os distúrbios intestinais na infância reforçam esta zona com muitas excitações e aponta para o prazer que vem acompanhado da defecação assim como o sentido das fezes para a criança pequena: representa o próprio corpo, um presente (mais tarde nas teorias sexuais infantis passa a ter o sentido de um “bebê”). Para ilustrar a importância desta zona erógena cita a retenção das fezes tão comum na infância e os rituais escatológicos de alguns adultos. Também diz que o controle esfincteriano (proibição de extrair prazer da atividade anal) pode representar o primeiro recalcamento das possibilidades de prazer.
Com relação à zona genital, associa os órgãos sexuais à micção (aparelho urinário funcionaria como “tutor” do aparelho sexual ainda não desenvolvido) e aos cuidados com o corpo infantil feitos pelo adulto (fonte de grande excitação e satisfação), apontando o quanto são estimulados desde o início, o que justificaria a futura primazia dessa zona erógena na atividade sexual. A masturbação (onanismo) aparece como a possibilidade de realização desta atividade sexual infantil e está ligada ao recalcamento, à amnésia com relação à infância (sentimento de culpa decorrente desta atividade). É interessante que Freud interpreta os sintomas do aparelho urinário (enurese noturna, por exemplo) como um sintoma que pode se referir a uma perturbação sexual.
Freud afirma que a criança é perversa polimorfa, já que a vergonha, o asco e a moral ainda não se instalaram. Além das zonas erógenas, existem elementos que envolvem não só o corpo da criança, mas também, outras pessoas como objetos sexuais. Assim, as pulsões de olhar, de exibir, de crueldade aparecem já na infância e mais tarde se associam à vida genital.
O autor também cita a pulsão escopofílica (saber), em que a criança desenvolve uma atividade investigatória a partir de questões práticas de sua vida (como, por exemplo a questão a respeito da origem dos bebês quando se depara com o nascimento de outra criança). A partir de situações práticas a criança passa a elaborar uma série de teorias sexuais.
A primeira teoria é a suposição de que não há uma diferença entre os sexos, já que homem e mulher teriam uma genitália idêntica.
Uma outra teoria se refere ao nascimento, na qual as crianças fantasiam uma série de possibilidades por onde os bebês nasceriam: seio, ventre, umbigo, ânus.
A terceira teoria se refere à concepção sádica da relação sexual, em que o ato sexual é imaginado como uma relação de subjugação.
Na infância as pulsões parciais são desvinculadas e independentes entre si em sua busca pelo prazer e não estão subordinadas ao primado da genitália. No entanto, estas pulsões passam por etapas que culminam na sexualidade adulta, na qual as pulsões se unem numa organização sólida a serviço da função reprodutora e com a finalidade de atingir um objeto sexual.
Inicialmente, portanto, há a organização pré-genital, em que não existe uma primazia das zonas genitais.
A primeira dessas organizações é a oral (ou canibalesca), caracterizada por uma indistinção da atividade sexual com a nutrição e na qual o alvo sexual é a incorporação do objeto. “Não é sem boas razões que, para a criança, a amamentação no seio materno torna-se modelar para todos os relacionamentos amorosos. O encontro do objeto é, na verdade, um reencontro”(p.210).
A segunda fase pré-genital é a sádico-anal, marcada pelo par de opostos ativo-passivo e pela mucosa do intestino como órgão do alvo sexual. “Nesta fase, portanto, já é possível demonstrar a polaridade sexual e o objeto alheio, faltando ainda a organização e a subordinação à função reprodutora” (p.187).
A terceira fase corresponderia à fase fálica, marcada pela primazia dos genitais.
Freud menciona algumas fontes de excitação que provocam um prazer erógeno: excitações mecânicas (agitação ritmada do corpo, movimento), atividade muscular (como lutas corporais), processos afetivos intensos (situações assustadoras, situações de dor, alastram-se para a sexualidade) e trabalho intelectual. “O elemento decisivo nessas fontes de excitação é, sem dúvida, a qualidade do estímulo, embora o fator da intensidade (no caso da dor) não seja de todo indiferente” (p.193).
Com relação à escolha de objeto, Freud formaliza que esta acontece em dois momentos (bitemporal). O primeiro é marcado por alvos sexuais de natureza infantil e acontece por volta dos 2 e 5 anos de idade. O segundo momento ocorre com a puberdade e permanece na vida adulta. Entre os dois momentos está o período de latência, caracterizado pelo recalcamento (as pulsões sexuais são desviadas para outros fins por meio da sublimação) e responsável por uma cultura superior.
Na puberdade as pulsões parciais se organizam, as zonas erógenas passam a se subordinar à primazia genital e a pulsão sexual (libido) que era, principalmente, auto-erótica (libido do ego ou narcísica), buscam o objeto sexual a serviço da função reprodutora (libido do objeto).
Freud salienta que tais transformações acontecem concomitantemente às mudanças físicas da puberdade (em especial as alterações dos genitais), que proporcionam a obtenção do prazer de satisfação da atividade sexual - antes existia apenas o pré-prazer advindo da excitação das zonas erógenas (nas perversões haveria uma fixação no pré-prazer).
Vale a pena destacar que com relação à economia libidinal Freud afirma: “A libido narcísica ou do ego parece-nos ser o grande reservatório de onde partem as catexias de objeto e no qual elas voltam a serem recolhidas, e a catexia libidinosa narcísica do ego se nos afigura como o estado originário realizado na primeira infância, que é apensas encoberto pelas emissões posteriores da libido, mas no fundo se conserva por trás dela” (p.206).
Todas as mudanças da puberdade culminam numa diferenciação sexual cada vez maior, já que os dois sexos terão funções distintas - Cabe aqui pontuar que Freud faz um questionamento a respeito do que seria masculino e feminino, dizendo da complexidade destes conceitos (noção de bissexualidade) e acaba privilegiando a noção de passividade e atividade. A partir daí, afirma que a libido é masculina, já que a pulsão é sempre ativa.
Apesar da dificuldade em distinguir masculino de feminino, deixa claro que existe uma diferença entre a puberdade da menina e do menino. As zonas erógenas seriam homólogas (clitóris e glande), mas o recalcamento afeta mais a sexualidade da menina (eliminaria a sexualidade masculina - clitoridiana) reforçando as inibições sexuais. O homem permanece com a mesma zona erógena de sua infância, enquanto que a mulher transfere a excitabilidade clitoridiana para a vagina, realizando uma troca da zona genital dominante. Estas mudanças deixariam as mulheres mais propensas à neurose histérica: “Esses determinantes estão intimamente relacionados com a natureza da feminilidade” (p.209).
Um outro aspecto que Freud levanta é que na puberdade ocorre um afrouxamento dos laços com a família (inclusive um desligamento da autoridade dos pais), já que a proibição do incesto impele o jovem a procurar objetos sexuais que não sejam seus parentes (cabe ressaltar que as influências infantis, as fixações incestuosas da libido sempre influenciam nas escolhas amorosas, pois são precursoras da organização genital). Inicialmente, estes objetos são da ordem da fantasia, como a fantasia de escutar a relação sexual dos pais, da sedução, da ameaça de castração, protofantasias, romance familiar.
Quando essas transformações da pulsão, ocasionadas pelo advento da puberdade, não ocorrem, surgem as patologias (inibições no desenvolvimento). “Quanto mais perto se chega das perturbações mais profundas do desenvolvimento psicossexual, mais se destaca, de maneira inequívoca, a importância da escolha objetal incestuosa” (p.215).
Freud salienta a fixação como um fator que pode atrapalhar o desenvolvimento sexual normal. “Cada passo nesse longo percurso de desenvolvimento pode transformar-se um ponto de fixação, cada ponto de articulação nessa complexa montagem pode ensejar a dissociação da pulsão sexual” (p.222). Acrescenta a isso a importância de fatores acidentais, que podem levar a uma regressão a fases anteriores do desenvolvimento.
Finaliza seu trabalho dizendo que os conhecimentos acerca da sexualidade (em seus aspectos psicológicos e biológicos) ainda são insuficientes para uma compreensão total do que é normal e patológico.
Bibliografia
Freud, S.(1905) Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: Obras psicológicas completas: Edição Standard Brasileira. Vol. VII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.



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TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO

http://www.psicoastro.com/images/2.jpgO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

NOTA INTRODUTÓRIA
Assume cada vez maior pertinência, proporcionar aos agentes educativos (pais, encarregados de educação e educadores em geral) informação, sobre o modo como se processam as fases de desenvolvimento pelas quais passam crianças e jovens.
 

Conhecendo as suas características, poderemos atempadamente dar conta, se um determinado desiquílibrio, uma perturbação ou um medo até, perduram no tempo, e, desse modo, agirmos preventivamente.

A prevenção, é sempre necessária e urgente, independentemente da área a que nos reportamos, mas para prevenir é preciso à priori saber identificar sinais e sintomas e, se possível, evitar o seu surgimento; compreender a sua natureza é também um processo que requer conhecimento de nós próprios e dos outros.
 

Os textos elaborados, não pretendem constituir-se como um manual ou referencial teórico que sustente a acção educativa e pedagógica dos vários agentes educativos, já que cabe ao educador adoptar o modelo ou modelos teóricos que melhor se adaptem ao seu.

Tem antes o propósito, de, numa linguagem simples e sem especial relevância técnica, contribuir para o conhecimento das várias abordagens e modelos teóricos no que ao desenvolvimento diz respeito, para além de referenciar os aspectos mais significativos das etapas evolutivas do pré-escolar à adolescência.
 


Teorias do Desenvolvimento

Introdução

O desenvolvimento de uma criança já está determinado ao nascimento ou é moldado por experiências posteriores? Já vai longe o tempo em que se defendia a tese, de que “ao nascermos a mente é uma tábua rasa e todo o conhecimento é criado pela experiência”. Actualmente, entende-se o desenvolvimento, nos seus múltiplos aspectos, isto é: como produto da interação entre a natureza, os factores de aprendizagem e os factores genéticos e hereditários.

As informações biológicas para que o desenvolvimento humano se processe são herdadas e estão registados nos nossos genes. É assim que em cada indivíduo ocorre o crescimento; nascem os dentes, surge a linguagem e a locomoção e os hormônios actuam na puberdade. Entretanto, mesmo neste processo, há a necessidade da manutenção de cuidados básicos indispensáveis que incluem a higiene, alimentação, estimulação, afeto e muitos outros. Portanto, o nosso organismo nasce pronto a desenvolver-se, mas está dependente de factores ambientais para que essa evolucâo se processe convenientemente.
 

Muitos aspectos comportamentais estão hoje directamente relacionados à influência genética, tais como a tendência à depressão, ansiedade e agressividade, assim como algumas características individuais, como por exemplo, os traços de personalidade.

Mesmo sendo inatas, estas características serão ou não acentuadas conforme o ambiente no qual o indivíduo se irá desenvolver e pelo estilo de cuidados prestados pelos pais. Se uma criança nasce com tendência a ser agitada ou agressiva, terá o seu comportamento atenuado se conviver com pais tranqüilos, carinhosos e afetivos. Os factores de mudança, podem também influenciar significativamente o rumo do seu desenvolvimento, tais como a ida para o infantário, a entrada na escola, a mudança de cidade, a separação dos pais ou a morte de algum familiar.

Um exemplo desta interação é o que ocorre com a inteligência. Ela pode ser parcialmente determinada pela hereditariedade, mas o tipo de lar no qual a criança cresce, o grau em que é encorajada a seguir interesses intelectuais, as suas condições de saúde, a qualidade da estimulação e educação que recebe serão factores que terão efeitos sobre a sua expressão final.

Portanto, o futuro de uma criança começa a ser definido desde a sua fecundação pela herança genética legada pelos pais, mas também pelos cuidados e estímulos que vai receber durante o seu processo de desenvolvimento.


Teorias do desenvolvimento

Em relação ao desenvolvimento da criança e do adolescente existem inúmeras teorias, cada uma delas abordando aspectos diferentes, quer de ordem psicológica, quer de ordem biológica e comportamental.
 

Uma das teorias mais conhecidas é a de Jean Piaget. Nela são referenciados aspectos do pensamento e do comportamento das crianças, considerando a sua passagem por estágios definidos ou mudanças qualitativas de um tipo de pensamento ou comportamento para outro. Socorrendo-se da observação, Piaget verificou que todas as crianças pareciam vivenciar as mesmas espécies de descobertas sequenciais acerca do mundo, cometendo as mesmas espécies de erros e chegando às mesmas soluções. Trata-se de um processo activo onde a criança explora, manipula e examina os objetos e as pessoas no seu mundo.

Sigmund Freud também contribuiu para a compreensão do processo de desenvolvimento da criança ao difundir a ideia de que o comportamento se deve, não apenas a processos conscientes, mas também aos processos inconscientes. O mais elementar dos processos inconscientes, segundo Freud, é uma pulsão sexual instintiva, denominada libido, presente no nascimento e que representa a força motivadora de todo o nosso comportamento. A idéia básica expressa por Freud era a de que, a resolução bem sucedida das várias fases da infância, seria essencial para o “normal” funcionamento do adulto.

Além de Freud, outro teórico psicanalista de grande influência sobre o estudo do desenvolvimento foi Erik Erikson. Partilha com Freud de alguns pressupostos, embora existam diferenças teóricas fundamentais. Erikson não deu tanto ênfase à centralização do impulso sexual, focalizando em seu lugar o surgimento gradativo de um senso de identidade. O seu modelo de ciclo vital apresenta oito estágios, os quais incluem a idade adulta e a velhice.
 

Margaret Mahler, psicanalista, teorizou o nascimento psicológico do ser humano através do processo de "separação/individuação" do indivíduo. Segundo ela, o bebé evolui lenta e gradativamente de um processo de total simbiose com a mãe até adquirir a sua identidade individual. A fase de separação-individuação inicia-se por volta do quarto ou quinto mês de vida e fica completa por volta dos três anos de idade.
 

Também o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott fez uma avaliação original do desenvolvimento infantil, introduzindo os conceitos de objectos e fenômenos transicionais para explicar o processo pelo qual a criança adquire consciência da sua existência como indivíduo. Aqui o importante não é o objecto que o bebé utiliza, mas o uso que o bebé faz dele. Segundo o próprio Winnicott, "o termo objeto transicional descreve a jornada do bebé desde o puramente subjectivo até à objectividade".
 

Quando falamos das teorias sobre o desenvolvimento infantil, temos que admitir que elas são importantes porque nos ajudam a entender este processo. Elas representam esquemas, que buscam interpretar e organizar dados referentes ao desenvolvimento da criança, observando o seu crescimento e comportamento, bem como o seu relacionamento com o ambiente no qual se insere.


ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO

A maioria das teorias sobre o desenvolvimento é estruturada em estágios, apresentando a criança, em cada um deles, diferentes características.

Estágios de Freud

- Fase oral (do nascimento aos 12-18 meses): a criança recebe gratificação através da boca, língua e lábios. Nesta fase, sugar e morder adquirem especial importância.

- Fase anal (dos 12-18 meses aos 3 anos): ânus e áreas vizinhas são fonte de interesse e gratificação, principalmente no acto de defecar; nesta fase, é importante o treino do controlo dos esfíncteres.
 

- Fase fálica (dos 3 aos 5-6 anos): a gratificação é obtida através da estimulação genital. Nesta fase encontra-se o complexo de Édipo. É comum a masturbação e está presente a angústia de castração (temor de perda ou dano dos òrgãos genitais).
 

- Fase de lactência (dos 6 anos até o início da puberdade): período de relativa tranquilidade sexual entre os anos pré-escolares e a adolescência. As pulsões sexuais são desviadas para objectivos aceites socialmente (estudo, desporto). Formação da consciência e do senso moral e ético (conceitos sobre o certo e errado, o bem e o mal) no final do período.

- Fase genital (da puberdade em diante): as mudanças hormonais dão origem à sexualidade adulta e a um novo tipo de relacionamento (intimidade) com o sexo oposto.
 

Estágios de Piaget

- Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos): o bebê modifica-se, de uma criatura que responde principalmente através de reflexos, noutra que é capaz de organizar as suas atividades relativamente ao ambiente.

- Pré-operacional (dos 2 aos 7 anos): a criança começa a usar símbolos, (função simbólica) tais como palavras, imita o comportamento dos outros, mas é ainda ilógica nos seus processos de pensamento, dado o seu elevado egocentrismo.

- Operações concretas (dos 7 aos 11 anos): a criança começa a entender e a usar conceitos que a ajudam a interagir com o ambiente imediato.

- Operações formais (dos 12 a 15 anos até a idade adulta): o indivíduo pode pensar em termos abstratos e a lidar com situações hipotéticas.


Fases
 

Frequentemente os pais mostram-se ansiosos com os comportamentos dos filhos, normalmente dizemos que é apenas uma fase característica do seu próprio desenvolvimento e que tenderá a desaparecer para dar lugar a outra fase. Talvez não ajude muito quando os pais estão à beira de uma crise de nervos, ou porque o filho está com problemas de sono, ou não se alimenta convenientemente ou porque tem crises de agressividade; mas não deixa de ser uma verdade.

Em relação a estas fases, um primeiro ponto importante a ressaltar, é que, o reconhecimento destes períodos com características marcantes e comuns a todas as crianças de uma determinada idade, ajuda a evitar a frequente tendência dos pais em rotularem os filhos. Muitas das manifestações típicas da fase actual não estarão presentes nas etapas seguintes, justamente por serem transitórias.

Outro aspecto que precisa ser reconhecido, é que, as características destas fases sucedem-se de forma previsível em todas as crianças e cada uma delas deve ser adequadamente vivenciada para que o desenvolvimento ocorra dentro da “normalidade”. Este conhecimento permite um entendimento melhor dos padrões normais do desenvolvimento e os comportamentos esperados em determinada idade, bem como a identificação de eventuais problemas. O que se considera normal numa idade pode ser definitivamente anormal em etapas posteriores.

Os problemas podem ser identificados quando as características de uma determinada fase se mantêm presentes, interferindo significativamente nas etapas seguintes.
 

Podem surgir então os desajustes cognitivos, sociais ou emocionais, como por exemplo, a persistência do uso de objectos estimuladores da oralidade ou a dificuldade em abandonar o uso de fraldas nas crianças mais velhas.

A sequência entre as diferentes fases não é automática, já que depende do amadurecimento do sistema nervoso central e das experiências que a criança vivencia. Ela pode demorar mais em algumas delas ou avançar de forma mais rápida que a média noutras, dependendo das características individuais, do ambiente e da estimulação que lhe é proporcionada.

É natural portanto, que possamos relacionar determinadas atitudes ou características do desenvolvimento às etapas vivenciadas por uma criança.
 

As teorias sobre o desenvolvimento tendem assim a determinar estágios, sendo que, em cada um deles, a criança apresenta características que os diferenciam entre si, age e vê o mundo de outra forma, interage com as pessoas e o ambiente de maneira diferente e está preocupada com outro tipo de questões.
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fernanda fonseca
23-04-2010 02:39
olha vcs estão de parabéns, para mim foi muito importante essas informações, estão bem clras e objetivas;
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Paulo Sergio(PS)
10-03-2010 16:27
Gostaria de informações e estudos mais detalhados sobre as fases das etapas do desenvolvimento humano segundo Sigmund Freud(psicossexual)
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19-10-2009 13:12
gostei muito de voça difinição a dorei muito
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Liliane
20-08-2009 23:19
Texto muito bem escrito e interessantíssimo!

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FERNANDO BARNABÉ
Nasceu em Alvor, em 1958. Signo de Aquário com Ascendente Balança.
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